Portugal e a Literacia em Saúde: Que Retrato Temos Hoje?

Portugal e a Literacia em Saúde: Que Retrato Temos Hoje?

A literacia em saúde é um indicador essencial do bem-estar de uma população.

Em Portugal, esta área tem sido objeto de estudo, particularmente através dos Inquéritos Nacionais de Literacia em Saúde realizados em 2016 e 2019.

Estes inquéritos permitem traçar uma evolução do nível de conhecimento, compreensão e utilização da informação em saúde pela população portuguesa.

O Inquérito de 2016

O primeiro grande levantamento nacional sobre literacia em saúde, feito em 2016, revelou uma realidade preocupante:

Cerca de 61% dos portugueses apresentavam níveis de literacia em saúde considerados problemáticos ou inadequados.

A maior dificuldade identificada foi a capacidade de avaliar e aplicar informação sobre saúde.

Grupos mais vulneráveis incluíam pessoas com menor escolaridade, idosos e indivíduos com piores condições sócio-económicas.

Este retrato alertou para a necessidade urgente de políticas públicas focadas na promoção da literacia em saúde.

O Inquérito de 2019

Em 2019, o segundo inquérito trouxe boas notícias, embora ainda com desafios:

A percentagem de pessoas com literacia adequada ou excelente subiu para cerca de 52%.

Verificou-se uma melhoria significativa nas competências de acesso e compreensão de informação em saúde.

No entanto, as dificuldades em avaliar criticamente a informação e tomar decisões informadas mantiveram-se evidentes em grande parte da população.

Além disso, a disparidade entre grupos sociais persistiu, com as pessoas mais velhas e com menor escolaridade continuando a apresentar níveis de literacia em saúde mais baixos.
Que Tendência se Desenha?

Comparando 2016 e 2019:

Melhoria gradual, mas insuficiente para garantir literacia em saúde universal.

Desafios persistentes na avaliação crítica e uso da informação.

Necessidade de intervenções contínuas, tanto na formação de profissionais como no empoderamento dos cidadãos.