Introdução
A moxabustão é uma técnica terapêutica tradicional da Medicina Chinesa, utilizada há milénios para tratar doenças, reforçar o sistema imunitário e promover o equilíbrio energético. Mas o que está realmente por trás dos seus efeitos? Neste artigo, inspirado na revisão científica de Deng & Shen (2013), exploramos os mecanismos da moxabustão, unindo os princípios da teoria chinesa antiga com as descobertas da ciência moderna.
🔥 O que é moxabustão?
Moxabustão consiste na queima de uma erva chamada Artemisia vulgaris (moxa), aplicada sobre ou perto de pontos específicos do corpo — muitas vezes os mesmos usados na acupuntura. A técnica pode ser direta (em contato com a pele) ou indireta (à distância segura), mas em ambos os casos o calor é o principal agente terapêutico.
🧠 Teoria Tradicional: Calor que Desobstrui e Tonifica
Segundo os clássicos da Medicina Chinesa, o calor da moxa:
- Remove bloqueios de Qi e sangue nos meridianos;
- Tonifica o Yang e afasta o frio interno;
- Reforça a energia vital do corpo (Zheng Qi);
- Atua de forma preventiva, promovendo resistência à doença.
Estes efeitos são descritos em textos como o Huangdi Neijing, que já reconhecia a moxabustão como indispensável para patologias associadas ao frio e deficiência.
🔬 Evidência moderna: O que diz a ciência?
Deng & Shen (2013) compilaram dados de estudos contemporâneos que analisam os efeitos fisiológicos da moxabustão. A investigação aponta para os seguintes mecanismos:
1. Estimulação de Receptores Térmicos
O calor ativa receptores sensoriais como TRPV1 (transient receptor potential vanilloid), que transmitem sinais ao sistema nervoso central, promovendo:
- Regulação neuroendócrina,
- Alívio da dor,
- Estímulo imunológico.
2. Efeitos na circulação sanguínea
A moxabustão melhora a microcirculação local, facilitando a oxigenação dos tecidos e a remoção de toxinas. Também foi observada uma regulação positiva na viscosidade sanguínea e no metabolismo local.
3. Regulação do sistema imunitário
Estudos mostraram que a moxabustão pode:
- Aumentar os níveis de interleucinas e interferão-γ,
- Melhorar a atividade dos linfócitos T,
- Modificar positivamente o perfil de células imunitárias.
4. Efeitos sobre o sistema nervoso
Foi observada atividade em regiões específicas do cérebro durante a moxabustão, especialmente em áreas relacionadas com o processamento da dor, emoções e funções autonómicas — indicando uma ligação entre corpo e mente.
🌿 Conclusão: Ciência e tradição, finalmente alinhadas
A moxabustão não é apenas um ritual ancestral. Hoje, começa a ser reconhecida pela ciência como uma intervenção válida com mecanismos fisiológicos identificáveis. O calor, tão valorizado na Medicina Chinesa, revela-se uma ferramenta poderosa na modulação do sistema nervoso, imunológico e vascular, explicando os seus amplos efeitos terapêuticos.
📚 Referência
Deng, H., & Shen, X. (2013). The mechanism of moxibustion: ancient theory and modern research. Evidence‐Based Complementary and Alternative Medicine, 2013(1), 379291. https://doi.org/10.1155/2013/379291
✍️ Sobre o autor
Publicado pela equipa editorial do ASK – Saúde Integrada, este artigo é parte de uma série dedicada à articulação entre Medicina Tradicional Chinesa e evidência científica moderna, contribuindo para uma abordagem integrativa e consciente da saúde.
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🔥 Como funciona realmente a moxabustão?
A medicina moderna começa a confirmar aquilo que a sabedoria oriental sempre soube: o calor da moxa ativa o corpo em profundidade — do sistema imunitário ao sistema nervoso.
Neste novo artigo do blog ASK, explicamos os mecanismos fisiológicos da moxabustão à luz da ciência atual. Um conteúdo essencial para estudantes e profissionais da Medicina Chinesa!
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